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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Editorial de Dezembro

                                                                                                              Por Vânia da Cunha
Chega Natal, fim de ano, e é tempo de renovar nossas forças, rever conceitos, jogar fora o que não nos serve.
A faxina é geral. Casas, cortinas, tapetes, os talheres - antes guardados – expostos. As melhores louças, os cristais. Todos passam por um processo de transformação.
Abre-se espaço para o novo e vem à tona o que estava guardado.
Se o melhor vestido saiu do armário, que saia também os valores escondidos. Em meio às compras, os presentes, os enfeites, as comidas, pare um pouco para arrumar o arquivo da memória e tente se lembrar do verdadeiro significado do nascimento de Jesus.
Que saia a verdade, a humildade, a solidariedade! Solidariedade, aliás, que ficou esquecida bem lá no fundo.  Puxe-a de volta, leve ao sol para tirar o mofo, carregue de energia divina e limpe o egoísmo com o bálsamo: “E se fosse comigo?...” 
Jogue no lixo as fofocas, as intrigas, a inveja.
Reveja com os olhos da alma o QUÊ e QUEM realmente importa. Pise nos campos conhecidos e questione o desconhecido.
Fique perto de quem ama. Às vezes, a maldade ocupou um bom espaço e não te deixa ouvir a verdade. Insista. Use de novo o mesmo bálsamo. Apure os ouvidos, ouça o lamento de quem você não vê e que há muito chama por você. É Natal! É renascer, é viver, é amar, é limpar!
Se depois desta faxina ainda ficar uma poeira, limpe-a com a oração e o perdão!

O Jornal Casa do Papagaio agradece todo o carinho e apoio recebidos pelos patrocinadores, leitores e colaboradores e deseja um Feliz Natal e um 2011 cheio de sucessos e realizações.   

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O Vôo do Papagaio

O Papagaio deu seu primeiro vôo e muitos questionaram seu retorno démodé!  “Neste mundo globalizado, onde tudo é muito fácil, rápido, instantâneo, Por que este estilo do tempo da zagaia”?
Respondo a tua pergunta amigo! Quero trazer de volta algo que a rapidez da vida não questiona mais: A Emoção!! Não se tem mais tempo pra sentir esse sentimento.
Lógico que está tudo muito bom, muito prático e funcional. E viva as fraldas descartáveis! Ufa! Pois aquelas cuidadosamente lavadas, fervidas e quaradas não são mais orgulhosamente exibidas nos varais.  Ainda bem, né? Eu que lavei muita fralda reverencio esta invenção.
E que sossego... não tem mais aquele gritaria da criançada. Cadê a algazarra da rua? As brincadeiras de roda, de queimada, boca de forno, ciranda cirandinha, peteca? Acabaram! Porque as crianças hoje, quando estão em casa ou estão no videogame ou no computador; elas não têm mais tempo pra essa infantilidade. Estão nos cursos de inglês, balé, natação, sendo preparadas para a Era Digital! E os amigos de infância são escolhidos, a dedo, pela etiqueta que usam, e, assim como os amigos também “os ficantes”. Mas cadê a emoção do batom usado furtivamente no banheiro para um pequeno ensaio do primeiro beijo?
A palavra do homem valia o “fio do bigode”, com toda a mudança muda-se também a opinião, a razão, até a aptidão! Hoje se estuda o que dá mais dinheiro! A carreira do momento. (prevalece o futebol que não exige mais “raça” e sim “graça”!)
O espaço cada vez mais apertado. Trabalhar cada vez mais sozinho. Porque a promoção “tem que ser minha, só minha”! Coitado do “certinho” que chega sempre na hora certa, que leva o trabalho pra casa, que não dorme enquanto não resolver o problema do outro! Este pobre coitado tem que se equilibrar nas puxadas de tapete. Porque o mundo gira, a fila anda, e o mundo é dos espertos! Que se dane! É a palavra mais usada atualmente.. é chique!
A palavra “amor” foi substituída por “tesão” os pais tornaram-se amigos dos filhos e o respeito sei lá pra onde foi. Ou você se adéqua a eles ou fica sem eles. Não da pra competir com a cocaína, heroína e quantas “inas”ainda existirem.
Pra acompanhar essa rebordosa toda que não se sabe nem onde está e nem pra onde se vai, o moderno é achar tudo normal. Talvez seja por isso que jogam filha pela janela, que matam por par de tênis, que filho mata pai, que colocam  fogo em índio, em mendigo e por ai afora. Porque ao que me parece, os Valores estão fora de moda. É coisa brega! Chique hoje é TER e não SER. Não importa como! O negócio hoje é desfilar com o carro do ano e que se dane os credores! O que importa é o que se TEM e não o que se É!
A era digital deixou tudo muito prático, sem dúvida alguma! Não fico mais sem meu celular, internet então nem pensar! Tudo facilitado, tudo muito rápido, prático! Mas já pararam pra pensar na frieza que a vida ta? Na rapidez que passa o dia e logo a noite chega e nada se realiza? Viramos máquinas, ou ainda somos humanos? Cadê a emoção, o brilho nos olhos, o sorriso sincero do bom dia do vizinho? Cadê o respeito pelo colega, pelo amigo, pela mãe, pelo pai, avô, irmão? Cade?  A amizade verdadeira é trocada por amizade de conveniência e oportunismo.
E é assim o vôo do Papagaio! Um vôo rasante ao passado pra mostrar que ainda está em tempo de acordar. Temos um coração que bate e ainda não somos máquinas. Por isso mirem-se no exemplo do professor Michel Itkes, D. Ceci (que nos deixou há pouco), Sr. Raul, e outros tantos que o Papagaio trará de volta para que não se perca no tempo valores tão usados antigamente e tão esquecidos na “correria” globalizada.









Os Sonhos nao envelhecem

                                                                                                            Por Vânia da Cunha                                 

Surgido na década de setenta, o Casa do Papagaio, um jornalzinho tímido e trabalhoso - porém com personalidade - invadia as ruas da cidade com notícias da redondeza, divulgando os bailes, festas e encontros, mostrando a cara dos poetas, músicos, boêmios, de gente que nem a gente, de gente que faz, gente que não faz e assim por diante.
O jornal tinha um toque artesanal: datilografado na matriz e mimeografado, cheirava a álcool e era esperado ansiosamente pelos leitores! Durou pouco, dois anos no máximo. Dos exemplares, restaram apenas as lembranças e alguns ainda espalhados por aí, guardados como relíquias nos baús da história.
Diz o poeta que os sonhos não envelhecem... Hoje realizo um sonho que é dar continuidade a obra de meu pai, José Luiz Cunha, fundador do CASA DO PAPAGAIO.
A ele eu dedico esse primeiro exemplar e roubo-lhe a linha editorial, que é interagir a cidade de Aiuruoca com as cidades vizinhas, trazer a noticia da região pra perto de você, divulgar os eventos, as satisfações e insatisfações do povo e informar, com muita responsabilidade e honestidade, o que a nossa região tem de melhor.
Espero que gostem e contribuam pra que o Casa do Papagaio não fique somente em um exemplar - que ele cresça e devolva aos leitores o prazer de uma boa leitura.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Não existiria Saudade nao fosse a ausência

                                                                                                               Por Vânia da Cunha

Infelizmente o ser humano só dá valor em alguém ou alguma coisa quando a perde. E ai, meu amigo, é tarde demais. Não adianta chorar o leite derramado.
Fazemos isso com nossos pais, com nossos irmãos, nossos amigos, pessoas que nos admiram, mas que não damos tanta importância assim, porque sabemos que estarão sempre ali, com uma pseudo Idéia de que tudo é eterno.
Foi esse sentimento que tive ao saber a noticia da morte do Babú. Quantas vezes passei pela sua loja e, sempre com pressa, não parei para um “dedo de prosa”? Vinte dias depois, o trágico acidente que vitimou o Prefeito José Nelson. Até então não tinha noção do tamanho de homem que foi o José Nelson. Ouvindo os lamentos dos amigos percebi o quanto perdi.
Acredito que devemos estar sempre atentos e cultivar o dom que a vida nos dá, de amar incondicionalmente o ser humano, e não subestimar quem quer que seja, pois, com defeitos ou não, estamos aqui para aprender. Por isso, ame, perdoe, ouça, fale, cale, para que o vazio deixado pela ausência não se torne tortura de consciência e sim a tranqüilidade do dever cumprido.

Editorial: Câncer de Mama não é mais um bicho de Sete Cabeças - Por Vânia da Cunha

Atenção mulheres, façam um auto-exame e visitem seu médico regularmente. Prevenir ainda é o melhor remédio; porém, se por um acaso o diagnóstico for positivo, NÃO SE DESESPEREM.
O Câncer de mama está muito comum e não é mais uma sentença de morte. Morrer todos nós vamos, não é?
Comigo foi simples assim. Cirurgias, quimioterapia, radioterapia, cuidados para La e para Ca e pronto. Passou!
A quimioterapia não é tudo aquilo que falam. É forte, sim, mas é a cura! Em 15 dias meus cabelos caíram, mas com “essa morte” nasceu uma auto-estima nunca existida antes. Por incrível que pareça, este amor por mim triplicou e a ausência de cabelos serviu-me para esbanjar na “peruísse”: Brincões, colares, lenços, boinas, bonés e muita maquilagem. Este “arsenal” me acompanhava por todos os lugares.
Temos a estranha mania de colocar valores em tudo, e infelizmente, valorizamos o ruim, o negativo. Fazemos uma tempestade em copo d’água e colocamos um peso em nossa bagagem sem necessidade. Por que não o contrário? Pensar pelo lado positivo do momento? E, com certeza, nessa, eu aproveitei cada gota positiva. Mesmo na dor, que me lembrava o cuidado que deveria ter com o braço; no desconforto da quimioterapia, que me forçava ao repouso necessário; na ausência da família e dos amigos na cidade de Varginha durante a radioterapia, me deu oportunidade de conhecer pessoas que se tornaram minha segunda família. O calor e apoio recebidos dos amigos. A certeza de ser amada por muitos e por pessoas que eu nem sabiam que gostavam de mim. Cada telefonema, cada visita, cada oração, todos os votos de força e calor humano recebidos, jamais serão esquecidos.
Complicado é viver. isso sim é complicado. Não sabemos nunca de onde vem “o avião que cai na nossa cabeça”. Temos que trabalhar duro e não ter tempo pra ver a beleza da vida; Temos que seguir regras; temos que engolir sapos; temos que dizer NÃO pra nós e SIM para os outros; temos que ser bonzinhos para sermos amados; temos que; temos que; temos que... o tempo todo. Isso sim é uma sentença de morte, é a interrogação de não se saber o que vai acontecer daqui a alguns minutos. E despercebidamente morre-se lentamente.
O câncer não. O câncer é exato. Matemático. Ta doente? Tem tratamento, tem remédios, tem médicos e pronto. Simples assim. Agora para os sentimentos e ressentimentos, O tempo perdido, amor não correspondido, o desprezo daso filho querido, estes não, estes não tem remédio.
Passar por situações como estas, não é tão fácil, nem tampouco difícil. Estou certa de que existem coisas muito piores. Por isso, temos que aproveitar o momento para tirar grandes lições e agradecer a Deus por este privilégio (sim, um privilégio). Agradecer é fundamental!
O Jornal Casa do Papagaio está aí para mostrar que tudo pode ser superado. Que a arte nasce dos piores momentos. Que valeu a pena, mesmo que de repente um “avião caia sobre minha cabeça”, valeu à pena!