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sábado, 15 de outubro de 2011

Editorial - Por Vânia da Cunha

Editorial
A vida em ciclos

“Voltaram as estações, nada mudou...” nada muda. Entra ano e sai ano é tudo a mesma coisa, a mesma festa, a mesma gente, a mesma conversa.
Na política, mudam os candidatos, mas não mudam as falas. Todos entram querendo mudanças, e, o jeito que se dá, é o mesmo: saem os antigos e entram os amigos.
E nós vamos indo.. vivendo .. um dia após o outro, a caminho do trabalho do trabalho pra casa, com mudanças quase imperceptíveis acontecendo. Vem as férias, viajamos, ficamos a toa, de papo para o ar, e nada muda.
Mudamos de casa, de cidade, de relacionamentos e percebemos que nada muda.
O que fazer então?
Acredito que podemos aprender com as estações... Mudar dentro da gente. Observar os momentos e se transformar.
Ver os obstáculos como chuva na chegada da PRIMAVERA. Necessária para florir.
As festas, os reencontros, o VERÃO, como força e ápice da vida.
A maturidade, como o OUTONO, somando experiências.
Das ausências, o INVERNO para renascer.
As mudanças podem existir sim, desde que se queira realmente fazer acontecer. Que a entrada da primavera - mesmo sem a tão esperada chuva - possa fazer florir e renovar a esperanças de nós cidadãos, fazendo valer os constitucionais Direitos e Garantias Fundamentais à dignidade humana. Assim, poderemos acreditar nas pessoas, nos políticos e, principalmente em nós mesmo, deixando fluir as metamorfoses pulsantes do ciclo da vida e, sinceramente poder dizer:
“...Mas eu sei que alguma coisa aconteceu, está tudo assim tão diferente...”,

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Um ano de “Casa do Papagaio”

Por Vânia da Cunha.

O Jornal Casa do Papagaio completou neste mês de Agosto um ano de seu relançamento e 38 anos de história. Durante estes 12 meses de nova existência, o Jornal foi ampliando seu espaço e buscando a melhor forma, a melhor pose, o melhor jeito de chegar e agradar. Com simpatia, valorizando a cultura, a história e principalmente as pessoas, muitas anônimas, mas que fazem ou fizeram uma grande diferença no nosso meio social e familiar.
Driblar o mundo virtual onde as notícias são em tempo real e coletar material para trazer a mesma notícia, um mês depois, é meio fora de moda, eu sei. Mas o prazer de ver os olhos brilhantes das Garotas da Capa ou a emoção e lições de vida das Mulheres da Contracapa, que não tem tempo de ficar passeando pelas redes sociais virtuais, não me deixa nem um pouco constrangida em ser démodé.
Sem sede, sem escritórios, sem departamento comercial, sem repórteres, de um jeitinho bem amador, confeccionado em um lap top (que desliga a todo momento), e diagramado pacientemente por Marcelo Guimarães, o Casa do Papagaio está ai, com seu jeito diferente de contar contos, causos e pessoas de Aiuruoca.
Renovando forças para continuar, agradeço a todos pela colaboração, pelas críticas positivas e negativas, e principalmente, pelo incentivo que todos os leitores, assinantes e colaboradores vêm me dado até este momento.
Parabéns aos pais, parabéns a Aiuruoca pelos seus 305 anos de Emancipação, parabéns a você e parabéns a todos nós! ” ...Muitos aaaaanos deeeeeeeee viiiiidaaaaaa!!”

terça-feira, 2 de agosto de 2011

"Como foi não sei, só sei que foi assim"

ao assistir o clássico filme “Doze homens e uma Sentença” de 1957, - onde Doze jurados devem decidir se um homem é culpado ou não de um assassinato, sob pena de morte. Onze têm plena certeza que ele é culpado, enquanto um não tem tanta certeza e questiona -, pude analisar como nós, a primeira vista, julgamos e acusamos sem ao menos questionar.
Idéias pré-concebidas sobre pessoas e coisas são comuns no dia a dia. “porque não sei, só sei que foi assim” e ponto. Já falhei muito. Já tive opiniões dos outros como minhas sem questionar e me dei mal, não era nada daquilo que me passaram, não era nada daquilo que ouvi, se foi, foi porque teve motivos para isso. Já perdi oportunidades de conhecer boas pessoas porque o outro me disse “isso e coisa e tal”. Infelizmente essa relação de quem conta um conto aumenta um ponto afeta naturalmente a maioria das pessoas.
Tudo na vida existem dois lados. O óbvio nem sempre é tão transparente assim e “sem querer querendo” mandamos alguém para a forca sem dó nem piedade. Só porque “disseram por ai.” E como num circulo vicioso, a mentira vai se tornando verdade e a verdade mesmo vai ficando cada vez mais distante.
Não é raro alguém com o orgulho ferido de ciúmes, vaidade, inveja querer acabar com a moral do outro. Por isso, amigos, antes de cometer a estupidez de mandar alguém para a forca, questionem, coloquem-se no lugar do outro, pense em como poderia fazer diferente se tivesse dentro de uma situação e tire suas próprias conclusões, mas que sejam tuas e não as do outro. Passe antes pelas Três Peneiras de Sócrates e durma com a consciência tranqüila.

“Um homem foi ao encontro de Sócrates levando ao filósofo uma informação que julgava de seu interesse:
- Quero contar-te uma coisa a respeito de um amigo teu!
- Espera um momento – disse Sócrates – Antes de contar-me, quero saber se fizeste passar essa informação pelas três peneiras.
- Três peneiras? Que queres dizer?
- Vamos peneirar aquilo que quer me dizer. Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem atenção. A primeira é a peneira da VERDADE. Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade?
- Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei exatamente se é verdade.
- A segunda peneira é a da BONDADE. Com certeza, deves ter passado a informação pela peneira da bondade. Ou não?
Envergonhado, o homem respondeu:
- Devo confessar que não.
- A terceira peneira é a da UTILIDADE. Pensaste bem se é útil o que vieste falar a respeito do meu amigo?
- Útil? Na verdade, não.
- Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil, então é melhor que o guardes apenas para ti”.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Viver em Aiuruoca

(Por Vânia da Cunha)
Cidade pequena é complicado de se viver... todo mundo conhece todo mundo, todo mundo sabe da vida de todo mundo e o disse me disse é constante... Faz parte. Coisas que também acontece em uma cidade grande, em um condomínio quando as pessoas, mesmo que raro, são abertas para se conhecerem uns aos outros. Não é um privilégio só de cidade pequena. O ser humano quando se agrupa, sai fumaça, festa,  padrinhos, porradas,  beijos e abraços, mas em uma cidade pequena essa fatia do bolo é bem maior.
Aí está a magia de Aiuruoca. O fato ou boato, o burburinho, mesmo que a primeira vista desagradável é, sem dúvida, uma forma de carinho. É como se fosse uma enorme família que se encontra nos almoços de domingo e só faz confusão. Porém, todos os domingos, mesmo jurando que nunca mais volta, a família está La, almoçando novamente, pronta para mais uma confusão.
Aiuruoca é assim. Politicos brigam, se afastam, se juntam. Os vizinhos chamam a polícia, jogam pedra no cachorro, e é uma algazarra só.  Mas.... “Ô trem bão sô”!!! Basta acontecer uma “coisiquinha” de nada,  e pronto! Estão todos ajudando, atrapalhando, dando palpites, mas estão Lá, presentes. Inimigos se abraçam, amigos ficam com ciúmes, e tudo vira festa.
O bom e divertido de se viver em Aiuruoca é isso. É a grande família! É o socorro imediato. É o vizinho solícito. É a certeza de que nunca se está sozinho. É ser filho de fulano, mulher de sicrano, neto de beltrano.
É ser levantado de um tombo, amparado no desânimo, e ser, principalmente, gente, e não apenas mais um na multidão.
 

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

"Depois da tempestade ... vem o barro para retirar"

                                                                                                         Por Vânia da Cunha
Durante as férias de verão, em meio a festas, alegria, viagens, visitas. Inesperadamente a água subiu, a montanha caiu e o destino se cumpriu.
 Assim é a vida: sol, calor, céu azul, e de repente, pronto: toda alegria vai por água abaixo. Assistimos atônitos, esvair-se o que construímos ao longo dos anos..
Buscar alegria e sucesso é o objetivo do ser humano - como a mansão construída no penhasco, majestosa e oponente - também construímos nosso caráter. Queremos exuberância e poder, e sem pedir licença chegamos ao alto. No entanto, quem decide se continuamos no topo ou não, é o solo.
Neste paralelo, vale refletir sobre escolhas que tomamos ao longo da existência. Porque primeiro fazemos nossas escolhas, e depois, estas nos fazem. Diante disso, nem o mundo e nem a natureza perdoa a escolha errada.
Chegar aonde se quer é válido, desde que não subestime a lei natural do mundo. Podemos sim, ser livres e voar, mas sem esquecermos dos VALORES que nos norteiam e que nos fazem aterrissar em terreno firme.
Ignoramos muitas vezes a opinião do outro, o sentimento do outro, a verdade do outro. Queremos sempre ser donos da razão. Nessa conduta, esquecemos que as qualidades são infinitamente maiores que os defeitos, e que defeitos são gerados e cultivados pelo meio que se vive, como forma de defesa. Correto seria que todos se despissem do orgulho e da prepotência, sendo flexíveis para entender razões e opiniões. “Ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados”  
Baseando-se nisso, não construa seu futuro alicerçado em “área de risco” para que não ocorram desabamentos. Pois, assim como a chuva forte, que cai impiedosa enlameando a vida, também é a palavra e atitude do homem,  que fere e destrói a trilha, deixando marcas tão sofridas, que nem a semente mais rica reconstruirá o caminho.
Vivemos para ser sol, ser chuva, ser férias. Serenamente, cada um a seu modo, chegaremos ilesos, para desfrutarmos da beleza de ser céu azul.
 “Todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você esta escalando-a”.

Vânia da Cunha