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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Editorial: Câncer de Mama não é mais um bicho de Sete Cabeças - Por Vânia da Cunha

Atenção mulheres, façam um auto-exame e visitem seu médico regularmente. Prevenir ainda é o melhor remédio; porém, se por um acaso o diagnóstico for positivo, NÃO SE DESESPEREM.
O Câncer de mama está muito comum e não é mais uma sentença de morte. Morrer todos nós vamos, não é?
Comigo foi simples assim. Cirurgias, quimioterapia, radioterapia, cuidados para La e para Ca e pronto. Passou!
A quimioterapia não é tudo aquilo que falam. É forte, sim, mas é a cura! Em 15 dias meus cabelos caíram, mas com “essa morte” nasceu uma auto-estima nunca existida antes. Por incrível que pareça, este amor por mim triplicou e a ausência de cabelos serviu-me para esbanjar na “peruísse”: Brincões, colares, lenços, boinas, bonés e muita maquilagem. Este “arsenal” me acompanhava por todos os lugares.
Temos a estranha mania de colocar valores em tudo, e infelizmente, valorizamos o ruim, o negativo. Fazemos uma tempestade em copo d’água e colocamos um peso em nossa bagagem sem necessidade. Por que não o contrário? Pensar pelo lado positivo do momento? E, com certeza, nessa, eu aproveitei cada gota positiva. Mesmo na dor, que me lembrava o cuidado que deveria ter com o braço; no desconforto da quimioterapia, que me forçava ao repouso necessário; na ausência da família e dos amigos na cidade de Varginha durante a radioterapia, me deu oportunidade de conhecer pessoas que se tornaram minha segunda família. O calor e apoio recebidos dos amigos. A certeza de ser amada por muitos e por pessoas que eu nem sabiam que gostavam de mim. Cada telefonema, cada visita, cada oração, todos os votos de força e calor humano recebidos, jamais serão esquecidos.
Complicado é viver. isso sim é complicado. Não sabemos nunca de onde vem “o avião que cai na nossa cabeça”. Temos que trabalhar duro e não ter tempo pra ver a beleza da vida; Temos que seguir regras; temos que engolir sapos; temos que dizer NÃO pra nós e SIM para os outros; temos que ser bonzinhos para sermos amados; temos que; temos que; temos que... o tempo todo. Isso sim é uma sentença de morte, é a interrogação de não se saber o que vai acontecer daqui a alguns minutos. E despercebidamente morre-se lentamente.
O câncer não. O câncer é exato. Matemático. Ta doente? Tem tratamento, tem remédios, tem médicos e pronto. Simples assim. Agora para os sentimentos e ressentimentos, O tempo perdido, amor não correspondido, o desprezo daso filho querido, estes não, estes não tem remédio.
Passar por situações como estas, não é tão fácil, nem tampouco difícil. Estou certa de que existem coisas muito piores. Por isso, temos que aproveitar o momento para tirar grandes lições e agradecer a Deus por este privilégio (sim, um privilégio). Agradecer é fundamental!
O Jornal Casa do Papagaio está aí para mostrar que tudo pode ser superado. Que a arte nasce dos piores momentos. Que valeu a pena, mesmo que de repente um “avião caia sobre minha cabeça”, valeu à pena!

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