“Quem quer casar com
a senhora baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha...”
Por Vânia da Cunha
Assim era o conto da
carochinha quando dona Baratinha procurava da janela o marido perfeito.
Dia dos namorados chegando e todo mundo procurando alguém
para jurar amor eterno... ou quem já encontrou está rindo à toa, à procura do melhor
presente, da mais bela flor e do mais romântico cartão.
Namorar é bom, amar, melhor ainda! Colocamos todo o nosso vazio na mão de alguém
que achamos que tem o dever e a obrigação de preenchê-lo. Tudo que falta em nós
o outro completa. Não é assim? E se não der certo com um, vai dar com o outro e
assim vamos procurando, transferindo nossas expectativas com “o coração na mão”,
para entregá-lo àquele que cumprir as exigências físicas e emocionais.
Amor encontrado vem a paixão avassaladora, cega, que torna
qualquer defeito em qualidade. Diminuímos para o outro crescer. Junto com o
coração entregamos também nossa alma e esquecemos que somos seres pensantes e
livres.
Com o passar do tempo vamos perdendo a identidade e passamos
a viver uma dupla personalidade. Aquela escondida que fica lá no fundo querendo
sair e aquela que aparenta a felicidade que tanto quer sentir. Os defeitos que
antes eram qualidades começam a incomodar, o “vazio” camuflado vai ficando
cheio de incompatibilidade e a frustração se transforma na “velha estranha
mania” de culpar o outro.
Por isso, antes de se apaixonar por alguém, apaixone-se por
si mesmo e transborde para que sua individualidade seja respeitada. Que o amor
venha para somar ao seu lado, e não como uma responsabilidade de dar o que nem
mesmo você tem para oferecer.
Feliz Dia dos Namorados à nossa alma, nossa eterna namorada.
PS. O noivo da baratinha, Sr. Ratinho, era guloso e caiu
dentro da panela da feijoada que seria servida no almoço do casamento.